{ Ermida de Nossa Senhora de Guadalupe - Raposeira }
Uma morte é sempre inesperadamente esperada. Parte-se, uma boa parte das vezes, sem prévio aviso. Num exercício de prudência, de não ter a vida por garantida, gosto de me lembrar que todos os dias vivemos paredes meias com o reverso da medalha. Não é um sentimento mórbido. Muito antes pelo contrário. É viver na certeza de que cada dia pode ser o último que mais apelo, energia e vontade de fazer mais e melhor, me traz a vida. Sobretudo, para nunca deixar de dizer a quem amo ou me é de algum modo importante, quanto faz diferença no meu dia a dia.
Hoje de tarde, a noticia da morte de alguém que conheci há pouco mais de uma semana, mas de quem conheci uma bonita história de vida, levou-me em busca da Luz que tudo em mim renova e ilumina, traz a paz quando ela me foge e me reconcilia com os dias.
É Primavera. Depois da morte, renova-se o ciclo da vida.
Estou certa que quem partiu viverá em paz na sua eternidade. É sempre assim, quando trocamos a mágoa e os ódios mesquinhos por uma vida rica e com dignidade, a dar em prol de outros o que alguém nos roubou um dia. Foi um enorme privilégio chegar a conhecê-lo, meu caro Eduardo. Obrigada. Até sempre!