29.4.13

Retratos de família











Os meus avós maternos, a minha mãe e o meu tio, guardados na memória do tempo, como só a fotografia sabe fazer. Com tantos e tão bonitos registos que herdei e com que cresci, a observar, como é que eu podia não ser apaixonada por ela?...

27.4.13

Spring Clean



Sei que uma boa parte - senão mesmo a maior parte - não gosta de o fazer. Mas eu, descendente de uma linhagem de gente com vidas simples e casas pequeninas, sempre conheci as mulheres da minha família a cuidarem da casa. Assim como a minha avó, a minha mãe e eu nunca tivemos empregada. Minto! A minha mãe teve uma, durante algum tempo. A verdade é que a empregada era uma amiga de longa data a quem dava jeito um dinheiro extra. A minha mãe deixava quase tudo feito e quando chegava do trabalho ficavam as duas na palheta. Ainda hoje são amigas - a amiga da minha mãe é bem mais velha e mora longe - mas quando falam ainda riem das conversas e peripécias daqueles tempos. 

Sempre gostei de tratar da minha casa. Mesmo quando tinha gato - e sim, tinha gato mas a minha casa não tinha pêlos; mesmo quando a M. nasceu e o gato permaneceu - e sim, tinha um bebé e um gato e a casa não tinha pêlos e sim, ia dando em doida; mesmo quando durante três anos trabalhei de quinze em quinze dias ao fim de semana - e sim, era mesmo o fim de semana, domingo incluído - mesmo nesse tempo, nunca tive empregada e mesmo não deixando de ser verdade que em alguns momentos tivesse sido uma providencial ajuda, optei sempre por organizar-me para conseguir manter tudo em ordem e investir - leia-se, gastar! - o chorudo ordenado de uma em outras coisas mais interessantes. E se sempre foi assim quando éramos três mais o gato, mas fácil foi manter quando passámos a duas, sendo que uma só está de oito em oito dias. 

Sempre gostei de chegar a casa e ser recebida como se fosse eu própria uma visita. Dizem-me que é dificil, que não se consegue, que a coisa complica com a rotina do dia a dia. Talvez, não sou dona de outra verdade que não a minha. Mas na minha verdade e na minha vida, não sendo sempre fácil - e houve fases em que foi muuuuuito dificil - é sempre possível. Valha-me o método de não deixar para daqui a cinco minutos o que posso fazer no segundo seguinte. Valha-me ter nascido abençoada com um sentido de organização inato. Mas valha-me também - e muito! - Santa Disciplina. Essa sim, não é amiga fácil, se não soubermos lidar com ela. E eu, graças à forma como fui criada, aos exemplos que tive e ao meu lado que pisca o olho à missão militar, dou-me muito bem com a piquena. É talvez isso, para além do carinho e gosto que tenho pelo espaço que me acolhe todos os dias, a minha maior safa.

Vem tudo isto a propósito das limpezas de Primavera que hoje ocuparam o dia. Os preparativos começaram na segunda feira e foram durando a semana... retirar e lavar cortinados, almofadas, separar roupas com demasiado tempo de pousio... E por muito que tratar de uma casa tão pequena como a minha faça parte da rotina diária, porque faz, e por muito que não tenha o hábito de encher gavetas de coisas pendentes, porque não tenho, e por muito que o essencial esteja sempre, sempre em dia, a verdade é que as limpezas de Primavera conseguem sempre trazer à superfície uma quantidade inesperada de coisas que pedem mudança. A maior parte, para outras paragens, para pessoas a quem possam fazer falta, porque estão em excelente estado e em perfeitas condições de uso, mas algumas diretamente para o caixote do lixo.

O melhor de tudo, nestas limpezas sazonais, é conversar com os cantos e ter um olhar crítico sobre o espaço e como ele se ocupa. O que mais gosto nestes dias, para além do cheiro a cera e de casa profundamente cuidada,  é de repensar a forma como me arrumo. Tão fundamental dentro destas quatro paredes como nas paredes do meu corpo, mente e alma. Uns e outros, entreajudam-se e complementam-se.
É por tudo isto, que vai muito além do cansaço que dá - porque dá, lá isso dá, não haja dúvidas! - que ter uma empregada continua a ser um objeto de luxo de que facilmente abdico na minha vida. Este prazer imenso de, depois da tareia do dia, tomar um banho quente e ficar a apreciar o resultado do meu esforço dá-me um prazer imenso e não tem preço. Mas isto sou eu, bem sei, que aos olhos da maioria resvalo entre o doida e o heroína.

Apesar de tudo e de um verdadeiro dia de oito horas de trabalho, a tarefa ainda não ficou concluída. Mas como sou disciplinada e não masoquista, amanhã há mais. Para mim, quando se é cumpridor, amanhã, também é dia!


23.4.13

Because White is a beautiful place to live & love


Começa Hoje

Porque Hoje, há 14 anos atrás, começou a mais eterna e terna aventura da minha vida. Aquela que, em todos os sentidos, me fez e faz aproximar ainda mais dos pequenos grandes prazeres da Vida. Do sabor das coisas aparentemente pequeninas. 

Para mim, ter um filho, é cumprir a Natureza. É ser parte de um Todo e semear em cada dia um pouco mais de Amanhã. Um hino ao valor do que é verdadeiramente Essencial. Um poema à Simplicidade e Genuinidade que nos habita.

Hoje é um dia especial e por ser um dia especial quis que este projeto, que é também pessoal, nascesse neste dia.

Hoje nasce a 'WHITE | Quadros' porque, como costumo dizer por aqui, 'White is a beautiful place to live & love'

Estão todos convidados a acompanharem-me nesta aventura!

De ti e por ti


Sweet M.
Hoje são 14 anos de coração cheio. De Ti e por Ti.
Não há palavras que cheguem para descrever este Amor infinito que trouxeste à minha vida.

Am-te muito.
Parabéns, Filha!




18.4.13

Um não post ou o "rei vai nu". Como preferirem.

Podia.
Podia dizer que não compreendo aquilo em que se tornou a blogosfera que conheço há tanto tempo. Podia dizer que há fenómenos que me ultrapassam, comportamentos atípicos, reações que não identifico e emoções que não decifro. Podia. Podia porque dizê-lo me conferiria uma certa candura, uma certa inocência, uma certa pureza de espírito. Aquela que no grau certo faz com que o vale tudo valha a pena e tenha durante certo tempo um certo grau de recompensa. Podia sobretudo porque seria mais bonito e politicamente correto. E também podia mergulhar nela de olhos fechados, como num néctar que inebria, podia porque seria certamente mais trendy. E incontornavelmente mais seguro. Podia fazer isso e podia até nem chegar a escrever um post, ainda que tão sucinto e inconclusivo sobre a matéria. Podia. Podia sobretudo se tivesse preocupação com  números, com seguidores ou com índices de popularidade. Mas não tenho. Como aliás nunca tive. Porque foi nesse espírito que aqui cheguei e foi nesse que me mantive. E é nesse que me vou manter.

De facto podia dizer que não compreendo nada do que se está a passar ou podia dissertar longamente sobre o assunto. Mas não me apetece. Na verdade o que me apetece mesmo é distanciar-me daquilo em que se tornou esta blogosfera com que já muito pouco me identifico. Primeiro que tudo, em nome daquilo de que não abdico na minha vida e depois porque defendo que para sermos respeitados temos antes de mais de respeitar. E se bem o defendo, melhor o pratico. 
Em todo o caso, e no espírito de diário de bordo deste espaço, aqui fica para memória futura o registo de um ditado popular que me ocorre cada vez mais por estes dias, como pano de fundo de um futuro que, acho, não será muito longínquo: zangam-se as comadres e descobrem-se as verdades. 

Podemos tudo no reino do vale tudo. Até ser honestos e mantermo-nos tranquilos. 

13.4.13

Luísa Sobral

Eu que tenho cada vez menos espaço no meu disco rígido para gente fake, tipo spam, feita de fogo de vista e aspiração a fogo de artifício, para além do encantamento que tenho pela qualidade musical do que faz,  rendo-me cada vez mais à simplicidade e genuinidade desta doce miúda.




Hoje, na apresentação do novo álbum, na FNAC Chiado  

10.4.13

Chove








E está frio.
A maioria das vezes a Vida é pouco mais do que factos. O que fazemos com eles e o que resulta para Ela é que depende da perspetiva de cada um.