28.2.13

A genética





A genética é uma coisa engraçada. Outras vezes, tramada.
Por muitos anos que nos separem, há uma linha que se perpetua...

Alguém dá palpites?... Aceitam-se apostas.

26.2.13

José


Gosto de lugares onde me sinto em casa.
José* é o nome do meu pai.

Anita


Anita nasceu para brincar às casinhas





Anita radical



Anita e a bicharada



ou algumas histórias da minha vida :)

São Cravos Senhor. São Cravos.


São tão ou mais perfumados que as Rosas e o seu aparente desalinho recorda-me os frou-frous de seda que desciam outrora o Chiado. Não sendo flores campestres, os Cravos são as flores despretensiosas da cidade. Gosto deles de todas as cores, mas os brancos, ora lembrando generosas raspas de chocolate branco, ora taças de chantilly, fazem a minhas delícias.

23.2.13

Amor à primeira vista















Ninguém me tira a certeza de que o amor à primeira vista existe. Já o tive, por experiência própria, em diversas ocasiões da minha vida. E não, não me refiro só ao amor passional por outra pessoa, refiro-me também ao amor por lugares, por músicas, por filmes. Aquele toque de magia que acontece na primeira fração de segundo em que os nossos olhos, os nossos sentidos, a nossa alma, esbarra com o objeto do nosso imediato encantamento. E sim, também já senti isso mesmo, toda essa conspiração favorável e harmoniosa do universo, quando os meus olhos encontraram outros. [suspiro] 

O amor à primeira vista existe e é bom, sobretudo porque não precisa de explicações. Entra sem pedir licença e instala-se sem cerimónias. E nós nele. 
Hoje foi dia de amor à primeira vista. Num lugar onde assim que entrei senti em boa parte meu. Porquê?... Foi tão bom que não preciso perceber. A razão tem razões que a razão desconhece mas que o coração decifra. Acreditar, simplesmente nisso, torna a vida mais simples. Amei.

Simples gotas





Ou a inesgotável magia da vida.

22.2.13

Room with a view


O meu. Neste entardecer entre gotas de chuva e raios de sol.

Gratidão

Ao contrário do que muitos analistas referem e do tanto que por aí se escreve, considero que tudo aquilo que atravessamos na atualidade não é fruto de uma conjuntura. As dificuldades que o mundo atravessa em larga escala por estes tempos são fruto daquilo que, em outras fases de turbulência relatadas pelos anais da história, ficaram registadas como alterações de estrutura. Mudanças radicais de paradigmas, dos padrões de fundo, que refundam a realidade como a conhecemos até então.

Como bem sabemos, desde que o mundo é mundo, a vida da humanidade tem-se regido por ciclos. Cada ciclo formado por diversas conjunturas que, somadas, no meio de tantos fluxos e refluxos, acabam com o tempo por conduzir a novas estruturas. No meio, hoje, como sempre, anda o ser humano - seu principal autor e ator - em movimentos centrífugos. Uns mais ténues, de que mal nos damos conta e outros, como estes, em que não há como ignorar que tudo anda à roda e que dificilmente deixam pedra sobre pedra. 
Paralelamente, desde que o mundo é mundo que a luta pela sobrevivência é o que dita a permanência das espécies. Resistir e adaptar são os verbos. A chaves, o cerne, as palavras de ordem. E quanto factos não há argumentos. Só quem se adaptou à época glaciar, às secas, aos dilúvios; só quem resistiu à fome, à peste, à guerra, aos terramotos, aos tufões, furacões e vulcões, ficou para contar a história e deu lugar aos que a continuaram por todos nós. Apesar de tudo, e do tanto que já sabemos - ou devíamos saber - teimamos em ignorar os sinais mais óbvios e claros desta verdade. E filhos que somos, nas sociedades atuais, de todos os confortos, facilidades e verdades instaladas, parecemos não encontrar outro caminho que não seja o da indignação, da revolta e da rejeição. E é pena, digo eu, porque a Vida continuará como sempre continuou o seu curso, não por lhe ser indiferente o nosso bem estar momentâneo, mas porque nos projeta, como sempre projetou, a longo prazo. E ela, a Vida, não fará desvio nenhum. O resultado final será então o mesmo, mas com tanta resistência e falta de capacidade de adaptação todo o processo será mais moroso. E mais doloroso, para muitos, certamente, como aliás se comprova por estes tempos em tantas e tristes notícias.

Nenhuma reestruturação se faz sem abalo das estruturas anteriores. Nenhuma reconstrução se faz sem ocorrer uma destruição. Demolir ou descontruir são absolutamente indispensáveis a tudo o que tem de começar de novo. Basta que pensemos e analisemos esta realidade numa perpespetiva micro, seja de uma empresa, de uma família, de um local após uma catástrofe, para percebermos as implicações diretas numa escala macro. Nem uma gaveta se arruma e organiza de não a despojarmos e despejarmos do conteúdo que se sobrepõe e atrapalha em generosa desorganização. E a verdade é que caricatamente o Mundo, este Mundo, é pouco mais do que uma gigantesca gaveta. Um espaço que temos de otimizar e manter saudavelmente organizado, sob pena de exceder a capacidade de se perceber e encontrar seja o que for.

Estejamos dispostos a fazer parte do problema ou parte da solução, de ser o grão triturado pela engrenagem já ninguém nos safa. Desta vez, na antecâmara de um novo ciclo, de uma nova era, de uma nova estrutura, tocou-nos a nós o trabalho de parto. E por muito que nos doa e nos contrarie, o Mundo chegou sempre onde chegou sem epidural. Somos todos muito evoluídos? Temos todos muita tecnologia? Damos tudo por garantido? Somos detentores de muita informação? Desta vez devia ser diferente?... Pois, temos pena. Garantidamente, nenhuma evolução sustentada e sustentável se faz a balões de soro ou de oxigénio. É isso que a realidade nua e crua comprova, seja na politica, na banca, na economia, nas famílias, nas religiões, nos valores que seguimos e vivemos e vemos falir e ruir todos os dias, ainda que atónitos.

Sejamos ou não visionários, crentes, disponíveis para aceitar as pequenas ou grandes mudanças da vida, é incontornável que nos abeiramos do nascimento de uma nova era. Somos simultaneamente atores principais e espetadores na primeira fila. Que nem todos estamos - muito poucos estamos, na verdade - preparados para este filme, confirma-se. Mas atingir a meta deste novo caminho, podendo ser atrasado pelos nossos passos, não deixará, como nunca antes deixou, de acontecer. E se aceitar é um verbo humilde, Agradecer é um verbo inteligente. 

Depois de tantos caminhos percorridos pela Humanidade, após todos os que para trás sucumbiram para chegarmos ao ponto em que nos encontramos, continuamos cegos pela insaciedade do bem estar manipulado. Entretanto, apesar de todas as mensagens subliminares e diretas com que nos cruzamos, passamos ao lado, indiferentes ou simplesmente alheados, de tudo o que é verdadeiramente essencial.

Não é preciso acreditar nas profecias Maias, nem nas teorias apocalipticas das Testemunhas de Jeová, nem em quaisquer profetas da desgraça, para enquadrar o que nos entra pelos olhos. O mundo pede-nos que voltemos às origens. Não necessariamente que moremos em cavernas, que nos tornemos recoletores ou caçadores, mas que reencontremos a nossa essência e o nosso papel, neste grande teatro de operações que é o Todo. 
Num mundo onde, apesar de todas as contingências e restrições, a sobrevivência física é cada vez mais garantida, a nova prova de fogo é a sobrevivência psicológica e emocional. E porque essa ficou refém e dependente de um bem-estar artificial, é essa que de uma forma clara e até brutal a Vida nos pede que reaquacionemos. Sermos gratos por tudo o que temos, em lugar de nos focarmos no que julgamos que nos faz falta, é o primeiro passo e o fundamental.

Admitindo que tudo o que possa ter dito seja um cliché, um conjunto de palavras feitas para muitos, para mim é não só claro como água como uma incontornável postura de vida. O único caminho possível no legado que desejo, antes de mais e egoísticamente acima de tudo, para a minha filha.
Porque o Futuro merece o melhor, teremos de ser capazes de reiventar a Felicidade. A principal via para o conseguirmos é a da Gratidão.





*e porque gostaria muito de saber o que pensam sobre esta questão, os comentários ficam abertos à liberdade de expressão :)

Friday thought


21.2.13

Mensagem



A todos os que anseiam por uma forma de Sol nas suas vidas, deixo neste fim de dia tempestuoso esta imagem, captada de uma das janelas da minha casa, e esta sonoridade, que tanto me diz.

Hoje



Hoje há sopa de abóbora com agriões do campo.

Tout court


Apesar de tudo, sinto e acredito com as forças racionais e as do coração que serei capaz de reverter no meu caminho este cenário. Sei que todas as opções de vida que passarão pelo meu - nosso - futuro próximo têm como meta a longo prazo esta tranquilidade e estabilidade tão desejada. Para isso sei, não tenho a mais pequena dúvida, terei de fazer escolhas menos fáceis para os dias que se avizinham. E farei, investindo num futuro com menos sobressaltos e maior qualidade de vida. So help me God!

Mimosa à chuva





E o prazer de uma Primavera que, apesar dos dias cinzentos do Inverno que ainda insiste e persiste, se revela e antecipa.

20.2.13

Doces memórias


Ainda de volta dos ovos de galinha a sério que o pai arranjou, e porque é um dos poucos doces que ele aprecia - e muito! - e porque era um dos muitos doces que a minha avó fazia bem  - e muito! - e porque sinto que ela tem andado por perto, e porque há dias em que a saudade aperta mais, e porque uma das suas formas de nos dizer infinitas vezes como e quanto nos amava era a cozinhar para nós, ontem lembrei-me que estava na altura de fazer o meu primeiro pudim de ovos. E fiz. E, tenha sido por sorte ou porque a mão dela me tenha conduzido, para mim, ficou exatamente igual aos seus!

Aqui fica a receita, para quem fique com vontade de experimentar. Tão fácil que parece brincadeira de crianças:
Ovos: 12
Leite: 1 lt
Açúcar: 275 g
Batem-se muito bem os ovos e mistura-se o açúcar. Bate-se muito bem até ficar uma mistura aveludada. Por último deita-se o leite e envolve-se tudo. Vai ao forno, cerca de 45 a 50 minutos, em banho maria, numa forma caramelizada.

Nota: esta quantidade de ingredientes requer uma forma de pudim grande; no meu caso, como era a estreia, fui surpreendida com uma porção que excedia a forma que tinha e acabei por fazer dois pudins iguais a este :)

Esplendor na relva





18.2.13

Hoje deu-nos para aqui



Deram ao pai duas dúzias de ovos a sério, de galinha a sério, daquela que bica no campo e bota ovos que agora se chamam de biológicos. Lembrei-me que se fizesse suspiros recheados aproveitaria clara e gema. E se bem o pensei, melhor o fiz... agora só me resta que quem os provar faça o favor de me dizer se ficaram bons... que com o perfume a açúcar torrado que ficou pela casa o enjoo é mais que muito para mim!