2.12.12

Sweet M.


Tem treze. Dá o trabalho de quem tem treze, bem menos trabalho de muitos que têm treze e [muito] menos trabalho que muitos com quarenta ou mais. 
Diz que ultimamente a mãe passa a vida a embirrar e a zangar-se com ela por tudo e por nada. 
A mãe diz-lhe [e sabe] que é exigente mas não é intransigente. Os padrões de exigência gerais é que andam iguais a quase nada. Conversa de mãe, achará, pois claro! Cá calharás, penso eu, e digo, umas quantas vezes, se ter filhos for uma opção de vida que lhe esteja reservada.

Os dias não são sempre cor de rosa, nem as palavras são sempre de algodão doce. Duas meninas de personalidades tão vincadas e tão certas do que querem e gostam, têm muitos dias pintados a graffiti e outros tantos temperados com sal.

Mas é isso mesmo crescer com e para a vida. Uma troca constante, uma aprendizagem continua. E como sempre lhe ensino, mais do que por palavras, pelo exemplo, ninguém está sempre certo ou sempre errado.  Não hesito nunca em reconhecer quando o exagero ou erro é meu e em pedir-lhe desculpa se for caso disso. 
O importante, na vindima dos dias, é ter sempre presente que seja no que for na vida, toda a relação é comunicação. 
É em casa e com os nossos que se testam os limites, se interiorizam as regras e se experimenta o mundo. E se isso requer de nós, enquanto pais, uma paciência que por vezes nos transcende, é bom e desejável que um adolescente cresça num ambiente disponível para isso.

Tem treze e dá o trabalho de quem tem treze. E mesmo nos dias em que por cá há trovoada, faço questão de lhe dizer muitas vezes que é uma miúda cinco estrelas, uma adolescente doce, atenta e com uma sensibilidade e maturidade muito acima da média. Se não desse o trabalho que dá, aí sim, devíamos ficar seriamente preocupados. O que não se vive na idade é na maioria dos casos uma bomba relógio com retardador.


14 comentários:

  1. Gostei da tua reflexão. Mas penso que, pelo menos a partir de uma certa didade, muito antes dos 13, e até uma certa maturidade, que a relação entre pais e filhos é marcados por muitos dias de tempestade. Na certeza, porém que seremos sempre o seu porto de abrigo!

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  2. Magnífico exemplo como mãe. (:

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  3. A adolescência tem sido uma surpresa constante. Temos dias bons e dias maus. Se a infância é uma prova à resistência física dos pais, a adolescência descobri que é uma prova à resistência psicológica e das emoções. Estou a aprender ... E é bom encontrar estes textos que nos dão algum conforto em não sermos os únicos a enfrentar esta aventura de ser pais de adolescentes.

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  4. Suscrevo, na integra! Sábias palavras, cheias de razão e sentimento.

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  5. Texto mto bonito e sentido. Tenho uma de 12, acabados de fazer :) Quanto ao ultimo parágrafo, assino por baixo, pois quem não faz na idade de fazer, fará noutra e fora de contexto! :)
    Felicidades.

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  6. Linda esta minha Piolha, por dentro e por fora.

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  7. @Ovelha

    Tnes razão, começa um pouco antes, sobretudo dependendo da relação. Se for pai-filho e mãe-filha, começa naturalmente primeiro. É natural e saudável, considero eu, o que não quer dizer que seja sempre agradável. Mas os dias menos bons também fazem parte da vida e é de pequeno que isso se aprende a gerir e digerir. É também a isso que chamo Crescer na e com a vida.

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  8. @Miss Welfare, obrigada, mas honestamente, considero que não faço mais do que é suposto ao ter decidido ter um filho :)

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  9. @Andorinha, é isso mesmo, concordo em absoluto, são dois testes de resistência especificos e diferentes. Ainda assim, um e outro valem bem a pena todo o nosso investimento. Não temos de ser infalíveis, nem perfeitos. As crianças - todos nós, afinal - gostam de pais de carne e osso que lhes dê o conforto da genuinidade da vida.

    Obrigada eu, pelo comentário. somos muitos, acredite! :)

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  10. @Miss F: obrigada pelo comentário e pela visita.
    Boa sorte! ;)

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  11. @mundo meu: :) obrigada, amiga!

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  12. Ela é linda como TU!
    está tudo dito!

    Beijinhos carinhosos xxx

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