29.2.12

My life in shortcuts

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... sem nome [continuação]


Entrei. Afinal estava ali a casa e eu nem tinha dado por isso. Distrais-me quando me obrigas a sonhar longe de ti. Entrei porque a porta esteve sempre aqui, mesmo por detrás do tronco da grande árvore onde afinal de contas já tinha pendurado o baloiço. Olha as tábuas corridas do chão. Cheiram a cera acabada de passar. Já acabaram de pintar de branco a última parede. Os tecidos já têm formas de almofadas e edredons e sofás e há uns panos simples que fingem cortinas. Muita malva, turquesa, lilás e verde ervilha. E branco. Já viste todo este branco e a luz que tudo ilumina? Olha, apetece-me ir já fazer um bolo. Disparate? Pode ser. Sabes que de tão arrumada que sou ás vezes gosto de desarrumar os dias. E as prioridades. Vês, por exemplo agora, mesmo antes do bolo, apetece-me um beijo. E os beijos não têm horas marcadas, pois não? Vá, não resmungues, passa-me os ovos. Esses, esses mesmo que estão aí. Não, não têm selo porque são das galinhas do monte que há ali á frente. Como sei que estão bons? Vês, foram ao fundo. Agora o açúcar. Não, isso é branco mas é farinha… não faças essa cara… também preciso de farinha. A batedeira faz barulho, eu sei. Mas já se cala. Daqui a nada tudo isto se faz crescido naquela forma coração. Olha, vamos espreitar o resto… estás a ver este candeeiro? É para pôr ali. Vai ficar mesmo bem, não vai? Gosto tanto de te ver sorrir assim. Agora conta-me. Conta-me como foram todos estes dias? Que fizeste das tuas horas? Onde andaste tu? Deixa-me segurar-te as mãos enquanto me dizes tudo. Tinha tantas saudades tuas! Olha, já cheira, o bolo. Vou fazer um chá. Sim, aquele de menta. Sabes que é sempre o de menta... conta-me o resto. Conta-me tudo. Toma, vá, come mais esta fatia. E não finjas que o fazes com sacrifício. Tinha saudades dessa cara com que disfarças as tuas inseguranças. Já te tinha dito?

Gosto de casas pequeninas*

imagem  encontrada aqui

E esta, por dentro e por fora, podia bem ser aquela que sonho, naquele lugar que elegi, para aquele projeto que desejo, com aquelas pessoas que escolhi. 
Gosto de casas pequeninas para acolher vidas grandes. Gosto de casas pequeninas porque é nelas que se dá valor aos recantos. Gosto de casas pequeninas porque somos sempre pequeninos. Mesmo que achemos que não ou não queiramos dar por isso.


*... e apetecia-me colocar esta imagem maior, apesar de ser de uma casa pequenina, mas este formato de blog não se dá bem com o landscape...

Da razão inversa do Amor


A segunda prioridade de toda a vida é conquistar um grande amor.
A primeira, nunca o perder.

Eduardo Sá

28.2.12

... sem nome [continuação]

E ás vezes o coração fica assim tão pequenino e apertado de uma hora para outra. Aflito. Aflito, é isso. Dizemos que sossegue. Que se tranquilize. Que não é nada. Que os dias são mesmo assim. Pequeninos na imensidão do tempo que é uma vida. Que a vida é branda, que nos espera. Que está atenta e lá á frente sorri. Que já se vê daqui o sorriso. Que está tudo mesmo ali á frente e estamos quase a virar a esquina. Mas o coração fica surdo. Tapa os ouvidos. Diz que aquilo não é nada consigo. É teimoso, o coração aflito. Obstinado, quando fica triste. E depois fica a pedir-nos bússolas e mapas e certezas e caminhos e soluções e sorrisos e braços e abraços e confissões e mãos dadas e quero-te muito segredado ao ouvido, olhos nos olhos e bocas coladas e suspiros. De tão assustado, que mimado fica. E ás vezes o coração fica assim tão aflito que não escuta mais nada, fica autista, dobra-se sobre si mesmo, balança de um lado para o outro, sem destino nem rumo. Tapa-se, protege-se, foge para um recanto escuro e fica escondido do mundo. Não faças isso, coração. Por favor, não faças. Escuta-me.

Assim vai a Europa...

Há alguns anos que tenho um blog (vários, para ser mais concisa) e há alguns anos que mantenho contato com outros tantos. Da blogosfera já nasceram inúmeras cumplicidades e até mesmo alguns bons amigos. Há blogs que sigo com uma regularidade quase diária, outros com que vou mantendo contato visual, de quando em quando. Comentar, comento, efetivamente, cada vez menos, facto que se fica a dever essencialmente á falta de tempo, mas também a alguma indisponibilidade mental para dizer o óbvio. Vem tudo isto a propósito de um dos blogs que de vez em quando espreito, sobretudo pela curiosidade de avaliar a coragem e bagagem de uma miúda de vinte e poucos anos, já com tanto para contar. Falo do Cartas à Filo-Sofia, assinado pel´ A Elite em Paris. 
Não passava pelas suas bandas há talvez um ano. Este post explica muita coisa... sobretudo de um futuro próximo que em toda a Europa de avizinha. E depois dela, com tanta corrente de ar, muitas outras portas - agora chamadas de janelas de oportunidade - de outros lugares almejados no mapa, se irão fechar. Tempus fugit...

Não há Felicidade sem Amor nem Amor sem Liberdade

Lei do Retorno


O Universo, onde o tempo não existe, não se distrai um segundo que seja. Cedo ou tarde, devolve ás nossas  vidas o eco do que nos escutou. Decidir o que o futuro nos reserva depende em boa parte de nós e apenas de nós. Do que dizemos, do que pensamos, do que fazemos e do que sentimos. Eu só lhe peço para ser feliz. Estupidamente feliz.

27.2.12

... sem nome [continuação]

Entras assim de rompante. Não pedes licença, não avisas antes. Andas sempre distraído. E eu gosto das tuas distrações. Esqueces-te dos outros porque te esqueces tantas vezes de ti. Entras assim de rompante e sorris. Dizes-me um Olá grande no brilho dos olhos. Ilumina-se tudo. As saudades moravam por aí, não disfarces. Entras assim de rompante, aproveitando a boleia de outra gente que entra, como se não fosse nada, como se fosse só por acaso que passasses por ali e entrasses, só para dizer Olá. Bom dia. E sorris com os olhos e um bocadinho de sorriso que se escapa da tua boca, como se fosses tímido nos sorrisos do rosto e falasses só com a alma nos olhos, de olhos postos em mim. Entras assim de rompante e os outros não percebem nada. Estão atarefados no nada das suas horas, na vaguidão das suas tarefas, nas mãos vazias de prazeres pequeninos. Os outros nunca percebem nada e até eu não percebo. Finjo que não percebo. Que sou distraída. Ás vezes sou tão distraída.
Entras assim de rompante e contigo o timbre da voz que é só tua e tão minha, a tua pele, lisa, suave, serena, iluminada pela cadência das conversas dos últimos dias, a novidade de uma nova vida, o ar diferente que se respira. Os silêncios – são tão grandes os silêncios. E os suspiros. E a pergunta sacramental que quer chegar a todo o lado e ao mesmo tempo não levar a lugar nenhum… Então?
Entras e olho-te, á distância da porta, entre os outros que entraram, mas que nem deram por mim. Entras assim de rompante. Não pedes licença, não avisas antes. Andas sempre distraído. Entras. Entraste. Não pediste licença. Vem cá. Fecha a porta. Devagarinho.

Both, please!


No sugar needed :)

Look at the sunny side of life!


Tendo em conta que já ando de vestidinhos de Verão - pronto, o facto de terem vindo da terra de Sua Alteza dá assim uma vontade especial de ficar cheia de calor(es) -  que já comecei a ir á praia e que segundo as noticias que ouvi na semana passada, uma seca assim não se registava desde 1984, este foi, definitivamente, o melhor ano para comprar as Hunter!
Por outro lado, vendo as coisas por outro prisma, este Inverno já tenho o dinheiro poupado... Haja saúdinha!

And it smells like Spring


Bom dia, Vida! :)

26.2.12

Fim de semana


Além do fim de semana passado - muito feliz, por motivos óbvios - este foi um dos melhores, mais tranquilos e felizes fins de semana dos últimos largos meses. Sol, sal, areia, liberdade, cumplicidade, ar puro. Tudo simples. Tão simples. É tão bom estar em paz contigo, Vida!

Morangos

Simplesmente deliciosos, este ano!

O elogio do silêncio


A harmonia da vida cala-me as palavras. Torna-as superfluas. Olha-se, admira-se, sente-se, assimila-se. Está tudo dito. Era tão importante que não nos distraíssemos nunca do essencial que se cruza no nosso caminho...

25.2.12

Celebrar a vida


Um dia pintado em muitos tons de azul, iluminado por um terno sol, salpicado de sal e conversas serenamente divertidas.
Com tanto que a vida nos presenteia, é preciso tão pouco para ser feliz. 
Celebrar cada dia com a magia do primeiro e o respeito do último, cada vez me faz mais sentido. 

Wise Words

24.2.12

Um dia destes




Um dia destes [ não faltará muito ] vou conhecer este espaço mágico.
E achei lindo encontrar entre as suas fotografias um coração igual a um [dos muitos] que tenho lá por casa.
Gémeo deste, mora pendurado numa das portas de uma cantareira antiga, cheia de fainças gastas pelo tempo, na minha sala.

Pessoas e lugares que me inspiram e que mesmo sem saber alimentam uma boa parte do meu futuro projeto de vida { 4 }


Imagem retirada daqui, num link encontrado aqui.

Porque o meu caminho será sempre feito de Amor e a minha principal missão na vida será sempre ser feliz e fazer outros tantos felizes. Porque os dias merecem ser pintados com muitas cores. Porque não desisto daquilo em que Acredito. Porque sei que para tudo o resto será apenas e só um questão de Tempo. Porque sei que os recortes de cada peça do puzzle são uma criteriosa e criativa obra da sábia Vida. Entrego. Confio. O que me move? A minha Fé, que é intensamente vivida, ainda que sem local, hora ou religião prédefinida. 

Under The London Sky


Foram Dias [Muito] Felizes.
De regresso, e com a casa arrumada, já estava cheia de saudades deste meu lugar ao Sol.
Gosto de ti, Vida!

16.2.12

E hoje as palavras da Paula

Que daquele lado da rua, foram escritas para mim.


Acredito na Lei do Retorno. No melhor e no pior, nisso acredito. 
Caminho. Continuarei a caminhar.
E sou grata ao Universo por tantas pessoas com que me tenho cruzado na caminhada.
A vida é estupidamente simples. É tão fácil ser estupidamente feliz. 
Caminho. Preciso Acreditar que ainda é cedo. E que não se faz tarde para mim.

13.2.12

Reinos e reinados e outras histórias [ menos ] infantis


Tenho uma certa nostalgia da criança que fui. Fui uma criança feliz. Muito feliz. Com uma infância tranquila e acompanhada. Nunca me deram irmãos. Todos os natais os pedia até aos doze desistir. Gostava de ter irmãos. De preferência um irmão. De preferência mais velho. Diz quem me trouxe a esta vida que só há memória de ter feito duas birras. Uma após um jantar tardio, em que os meus pais festejavam anos de casados e em que não parecia estar muito virada para românticos passeios noturnos pela baía de Cascais. Outra por causa de uma gaiola dourada com um passarinho vermelho que cantava. Na loja levei a palmada do pai. Meses depois, quando já nem na memória cantava, recebi a gaiola mais o passarinho vermelho. E foi tudo.
Fui uma criança serena e feliz. Nunca padeci de nenhuma das caracteristicas apontadas aos filhos únicos. Sempre tive prazer em partilhar as minhas coisas. Nunca fui menina de caprichos. Nunca tive expetativas que ao meu redor fizessem de mim o centro do mundo. 
Continuo a olhar a vida da mesma forma mas, apesar de tudo, hoje gostava de continuar a acreditar que vale a pena não fazer birras, bater o pé e ter amuos. Gostava muito. Mas vou tendo sérias dúvidas. As meninas caprichosas parecem colher os seus frutos. E ás vezes fico farta, muito farta desta minha forma de ser e estar que "abre mão de tudo" e que não faz birras para ter o que quer. Estou farta de Princesas e Raínhas. Farta de assistir de camarote a quem conjuga todos os dias com sucesso e mestria o verbo manipular conjugado com gente. Acho que já andei bem mais longe de virar a mesa e tirar o tapete. Ser boazinha tem os seus limites.  Quem não quer ser lobo não lhe veste a pele. Quem não quer ser Capuchinho Vermelho e comer maçãs envenenadas por bruxas más que nas horas vagas tentam ser Raínhas, também não. 

12.2.12

Contraluz



Praia da Bordeira - Carrapateira
11.02.2012




Dos desamparos, das desistências e do profundo desejo de continuar a existir



Impulsionada pela notícia de hoje da morte de Withney Houston e por um post que comentei na 6ª f num dos blogues que há algum tempo me acompanha e acompanho, em que a MJ dava conta da sua dor e indignação pela partida antecipada e impulsionada de um amigo, ocorre-me a abordagem de um tema á volta do qual ainda gravitam, em pleno séc. XXI, muitos mal entendidos. Falo do suicídio.
O suicídio é, antes de mais, o produto de uma sucessão de desamparos e desilusões que se traduzem numa série de desistências que culminam numa iniciativa final.
Todos os que lidam de perto com áreas como a psiquiatria e a psicologia sabem que o suicídio é, acima de tudo, uma necessidade de continuar a existir, fazendo da morte o prolongamento de uma presença, em que o autor encontra a paz que há muito lhe falta e quem fica uma eterna necessidade de reencontro. Morrer é, em qualquer caso, a forma de nos mantermos eternamente vivos na memória.
Muitas das pessoas que cometem o suicídio deixam na sua partida um rasto de incompreensão, indignação e mesmo revolta em quem fica. É muito frequente ouvir-se da boca de um amigo ou familiar de alguém que toma esta decisão frases como não percebo, era uma rapariga tão feliz, andava sempre a sorrir, era uma otisma e passava a vida a ajudar os outros; não compreendo, ainda ontem falei com ele, era uma pessoa para quem estava sempre tudo bem, sempre de bem com a vida; estou revoltada, queria ter ajudado a minha amiga e não me perdoo por não ter percebido que não estava bem; tinha tudo, não lhe faltava nada, era bom aluno e tinha muitos amigos, não percebo, se tinha algum problema assim tão grande para tomar esta decisão, podia ter pedido ajuda… não há nada que não tenha solução…
Estas e outras frases são recorrentes. Quer se refiram ao suicídio adolescente, quer ao suicídio cometido em plena idade adulta.
De uma certa forma ingénua e mal informada, o suicídio continua a ser maioritariamente conotado com personalidades borderline, com comportamentos dependentes e personalidades excessivas, com gente depressiva e gente que apenas quer chamar a atenção.
Um dos mais perversos mitos talvez seja esse mesmo. É esse que faz com que tantos sinais e sintomas enviados em circuitos de amigos e família sejam ignorados sucessivamente, desistência após desistência. E se é certo que muitos desses sinais são praticamente impercetiveis, é também verdade que muitas das vezes, as pessoas que temos mais por perto, mesmo sem se dar conta, fazem de nós uma leitura que não passa da superfície. Leem, sobretudo, o que as tranquiliza e conforta. Não é por mal. A maioria das vezes, é apenas por falta de jeito. A mesma falta de jeito com que lidam com os seus fantasmas, dúvidas e aflições e que as leva a olhar para outras pessoas como uma espécie de heróis a quem quase tudo passa ao lado, porque para essas pessoas a vida não tem lado B.
Naturalmente que uma boa parte dos suicidas são pessoas com comportamentos psicóticos, nunca devidamente acompanhados. Mas sobre esses não se ouve o espanto perante o ato. Lamenta-se, mas enquadra-se.
É importante que se tenha consciência que para aquelas que, aos olhos dos outros, tomam uma decisão tão inesperada quanto surpreendente, a decisão tem muito pouco ou nada de impulsiva ou inconsequente. Naturalmente que quando falamos de um adolescente sabemos de antemão que num certo grau de imaturidade, numa personalidade que se está a formar e em pleno estado de ebulição, a decisão de por termo á vida tem sempre uma franja de inconsequência. O adolescente vive, por natureza, num estado de tudo ou nada, onde a dor emocional pode atingir proporções muito maiores do que tem na realidade.
Mas, em qualquer caso, um suicídio é, será sempre, o somatório de uma série de desamparos emocionais, de uma sucessão de tentativas falhadas para suprir um vazio interno, muitas vezes ocasionado por um estado um esvaziamento do mesmo em busca das expetativas dos outros, que faz com que o seu autor seja visto aos olhos dos demais como uma pessoa de bem com a vida e sempre orientada para o bem estar alheio.
O suicida não portador de qualquer patologia psiquiátrica tem, sempre, uma relação muito sensível com a vida, que lhe permite ver para além dos olhos que o olham. E ver para além do visível é, infelizmente, em alguns casos ou fases da vida, mais uma desvantagem do que um privilégio. Trazer a vida á flor da pele é algo que é preciso aprender a gerir e há quem desista antes de o conseguir.
Porque a problemática do suicídio tem, antes de mais e acima de tudo, uma fonte relacional, é na forma como cada um se permite, ou não, ser afetado ou infetado com o alheamento dos outros que está a solução.
Se apenas ele nos devia trazer á vida, decidida e incontornavelmente, só o amor nos pode salvar, antes de mais, de nós mesmos. Falo, mais do que o amor dos outros e do amor á vida, do amor próprio. Não falo de amor egocêntrico. Os egocêntricos de mal com a vida são mestres nas ameaças de suicídio e na arte da chantagem para captar atenção. Verdadeiros peritos nas tentativas falhadas de consumação, que em vez de morrer matam devagarinho que têm á mão.
Se é bem verdade que para tudo há solução é também verdade que optar por partir significa deixar de acreditar que vale a pena tentar encontrá-la, uma, outra e mais outra vez. É nesse dia que as reticências passam a ponto final, semeando atrás de si pontos de exclamação e todas as interrogações que não foram feitas até então. No fundo, tudo se resume á frase na imagem inicial... Pensem nisso.


The greatest love of all 
Is (not always) easy to achieve 

Da vida no hotel

Ou eu me engano muito ou anda por aqui muito voucher d´A Vida é Bela... Não sei se a Fátima Campos Ferreira também veio gastar algum que o marido lhe tenha oferecido no Natal, mas passa tão despercebida com os discretos óculos escuros com que tomou o pequeno almoço, que se é o caso, escusa de ter receio que se saiba e contem tudo nas revistas e jornais.

10.2.12

Enquanto aguardo que a vida se cumpra






Tento não esquecer de ser feliz. E busco a Luz, que mora em mim.

Tudo o que o Amor não é*

O compromisso é um laço que a obrigação transforma em nó. Talvez por isso tanta gente confunda amor com  a necessidade de atar alguém á sua vida, de pés e mãos.

*retirado do título de uma obra de Eduardo Sá


Guerra e Paz

Lutar é muitas vezes não fazer nada. Não dar um passo em direção nenhuma. É ficar parado, estanque, inamovível, á espera a vida lute por nós. E é também guardar um esmagador silêncio de sepulcro.
Lutar exige força, mas nem sempre a força bruta, braçal, dominadora. Lutar exige muitas vezes a força maior de lutarmos contra nós mesmos, os nossos medos e os nossos fantasmas, fechando os olhos e não dizendo uma palavra, para lhes mostrarmos claramente que não temos medo do escuro. 
Lutar exige muitas vezes a força sobrenatural de nos mantermos firmes nas nossas crenças, desejos e propósitos, mesmo quando tudo á volta  - e muitas vezes o próprio bom senso - nos diz para desistirmos, porque não há nada na nossa luta que valha a pena, que é uma guerra perdida.
Lutar é não desistir daquilo em que se acredita, mesmo que para isso o essencial seja lutar para não fazer coisa nenhuma e continuar a acreditar que um dia o cenário muda.
Eu luto. 

Porque "É preciso namorar com a vida"

Porque uma pessoa que é pessoa tem Ego. E porque um Ego que é Ego tem uma ponta de vaidade, permito-me a redonda e deslavada imodéstia de partilhar aqui este post. 
Mas a verdade, verdadinha, é que as razões de fundo são outras duas: a da sua autora ser uma corajosa mulher e linda mãe de quatro adoráveis crias, e a de me ter trazido ao dia de hoje o registo de palavras e verdades incontornáveis, que tanto me dizem. 
Re-cito esta, com especial carinho: 

As pessoas da nossa vida nunca jogam no meio campo. Ou tornam-nos pessoas mais bonitas ou matam-nos devagarinho.

Obrigada, Duchess! :)


Make it happen!

8.2.12

Marioneta

Tenho a vida dentro de malas e o coração pendurado por fios

Morada

Hoje fui áquele lugar de reencontro. Aquele onde Deus mora. E onde mora um pouco de nós. No caminho até lá encontrei o riacho, que agora vai prenho, e as figueiras grisalhas e descarnadas pelo frio. Já por lá andam andorinhas. E andam outras aves em sonoros desafios, pelas escarpas das falésias que ameaçam ruir no Verão.
Gosto de me perder por ali. Os olhos ficam enfeitiçados pelo azul dos dois elementos que se beijam sem pudor  num lugar a que muitos chamam horizonte. A conversa do mar com as rochas tem o som do espanto e afugenta-me os medos. Não sei se sabes mas as pessoas contemplativas são sempre um bocadinho pieguinhas. Comovem-se com nada e com tudo. E esta coisa de ficar a ouvir o vento a chamar o fim de dia tem esse efeito sobre mim. Esta coisa da Vida comove-me. Faz-me sorrir com uma lágrima ao canto do olho. Mas sou feliz assim, que queres tu...

Da Responsabilidade, da Obrigação e do Compromisso



Quer queiramos quer não, cedo nesta vida assumimos responsabilidades. É um dado adquirido. Ninguém nos pede autorização. Obrigações também assumimos em bom numero. Já os compromissos são assumidos apenas por alguns.
Não é a assunção de responsabilidades que nos torna responsáveis. A maioria das vezes as responsabilidades são assumidas por mera obrigação. E as obrigações têm esse efeito simples, obrigam, mas não estabelecem por si só uma vinculação. É o vinculo que se estabelece na obrigação que nos torna responsáveis. O vínculo chama-se Compromisso. 
A Obrigação está para a superfície como o Compromisso está para a profundidade. A Obrigação anda á tona da vida. Cumpre-se, está feito. Lava-se dali as mãos. O Compromisso não. O Compromisso é entrega, é dedicação, é atenção. É um não saio daqui enquanto isto não estiver direito. É um não te volto costas enquanto não estiveres bem. E é assim em tudo na vida. Na vida profissional como na pessoal. E sempre, sempre no Amor.
Enquanto a Obrigação é o que nos faz suspirar de alívio porque terminou, o Compromisso é o que nos faz respirar enquanto dura. 
A Obrigação leva-nos a desejar, ainda que secretamente, ficar longe. O Compromisso faz-nos desejar estar presente, aconteça o que acontecer. 
A Obrigação é um chamem-me se precisarem. O compromisso é um aqui estou!
A Obrigação é que o que nos faz olhar para o relógio na esperança que passe depressa. O Compromisso é o que nos faz evitar olhá-lo com medo de não ter tempo suficiente para o que nos resta.
A Obrigação é um pesado fardo que se carrega. O Compromisso é umas das bases do Amor.
A Obrigação é um muro onde esbarramos com facilidade. O Compromisso uma ponte que raramente nos dispomos a construir. E é pena, digo eu. Porque o Compromisso é, antes de mais, um vínculo á própria Vida.


A Verdade


A Verdade é sempre o melhor veneno. E o melhor antídoto.
Sempre. Em tudo.

6.2.12

Do que não me posso queixar


De que a minha vida é monotonamente previsível e tem falta de mudanças. 
De falta de elasticidade psíquica e emocional.
De falta de paciência e calma...
De falta de chá.
Não é por nada, mas acho que isto anda mais ou menos em modo de estágio, para alguma surpresa que a Sr.ª Dona Vida me anda a preparar... O Sr. Tempo dirá!

Não sei onde a vida me leva*


O mundo e o amor são os meus limites.

* mas paira alguma mudança no ar...

Ser turista, por Lisboa










É sentir-me cada vez mais de visita, mas continuar a beber-lhe a largos sorvos as vantagens e os encantos. É revelar os seus recantos a quem não a conhece e relembrar aos que a habitam que merece que desfrutem dela. 
Um lugar com história e inúmeros predicados, no coração de uma cidade que nos pede para ser vivida.
Foi bom reencontrar-te, Pavilhão Chinês.