5.12.12

Das arrumações


Sou por natureza organizada e não me é dificil manter qualquer espaço arrumado. Não tenho por hábito acumular desnecessários, nem faço das gavetas depósito de tarefas adiadas. Apesar de tudo, não sou de todo uma arrumada compulsiva. Adaptando a frase de Eduardo Sá que diz que todas as boas mães são suficientemente más, eu acho que todas as pessoas equilibradas são suficientemente desarrumadas. E quando não sou, juro, obrigo-me a ser. A disciplina também deve servir para nos obrigar a ter pequenos deslizes, é o que acho. Caso contrário, aquilo que é num momento uma vantagem, passa depois a uma condição que nos impede de ser livres.

Vem isto a propósito do facto de, apesar de ser arrumada, ter ciclicamente a necessidade de reorganizar o meu espaço. É importante ter uma visão crítica sobre a forma como vamos arrumando e distribuindo as coisas na nossa vida. Em tudo, acredito eu. E neste exercício, por muito arrumada que seja, invariavelmente acabo sempre por rever coisas a que decido dar outro lugar ou outra vida [dar, arrumar na arrecadação ou voltar a por a uso no dia a dia]. Ganha-se em tudo, sobretudo em arejamento e espaço disponível. Quando se trata de coisas em tecido, muitas vezes há manchas que se instalam pela falta de uso e a bem da sobrevivência pedem uma barrela. Foi o que aconteceu na gaveta das toalhas antigas, dos algodões e dos linhos.

E o que tem isto a ver com as clementinas? Tudo e nada.
Além do facto de ser a sua época e não as dispensar cá por casa, ontem apaixonei-me por esta taça de faiança rústica na Area e, apesar da incontável quantidade de tigelas [e canecas, duas coisas que são a minha perdição] que tenho, não resisti a trazê-la comigo. E depois foi o reencontro com este pano de tear rústico, vindo há muitos anos dos lados da Serra da Estrela e que me enche o coração de boas recordações.

Quando se tem a mesma casa desde sempre e essa casa é pequena é natural que, com o passar do tempo e os diversos reenquadramentos que lhe vamos dando, haja peças que vão saindo de circulação para dar lugar a outras, ora mais modernas, ora mais funcionais. Apesar de tudo, tenho a viver na minha arrecadação [bem arrumadas e quase catalogadas, está bem de ver!] um numero infindável de peças que aguardam a casa maior, noutras paragens, que sei que um dia destes vou ter.

2 comentários:

  1. A propósito de arrumações/organizações este post veio ter comigo no momento certo. Obrigada!

    PS: linda a tigela :)

    ResponderEliminar
  2. ;)

    Tudo acontece no momento certo!
    Boas arrumações, Moni!

    ResponderEliminar

Nota: só um membro deste blogue pode publicar um comentário.