Por aqueles dias não havia música. Havia um silêncio grande e rente, que abafava os gritos de toda aquela gente. Eram dias estranhos, confusos. Andavam todos absortos no avesso da vida e nas nódoas dos panos. Cruzavam-se na dor que já nem doía, na anestesia dos horários, nos passos desencontrados dos encontros comuns. Por aqueles dias não havia música. O infinito não proferia um som. Depois alguém tocou uma nota, abriram-se os olhos de espanto e toda a gente acordou.
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