12.5.12

Silêncio in memorium


A vida é estupidamente surpreendente, no que nos traz de bom, e arrepiantemente inesperada, a roubar-nos o melhor. Estou certa que todos os que o amavam não entenderam. Ainda não compreendem. Não aceitam. Dizem que não é justo. Não se parte se aviso. Sem despedidas. Quantas palavras ficaram por dizer? E o beijo que não se deu naquela manhã, quem sabe, talvez, por falta do tempo? Mais logo, tenho tempo... temos sempre tempo, nunca é tarde demais, ensinam-nos.
Não há sempre até logo. Não há. É uma ilusão. A vida dá e a vida leva. Quando entende que é a hora, não pede licença. É implacável na sua decisão. 
Nas partidas fica sempre o silêncio. Nas roubos, a impotência do vazio, a tocar dentro de nós, amargas teclas de revolta e indignação.
Que o toque destas vá lembrando a quem fica que só o que fazemos não fica por fazer. Que só o que vivemos não se adia, sine die.

3 comentários:

  1. Querida Margarida,
    Só quero te deixar um abraço bem apertado!
    Werner

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  2. Por isso é tão importante o 'Carpe Diem', viver cada segundo como se fosse o último. Pode bem sê-lo.
    A vida não se justifica, é assim e nós só temos de a viver intensamente.
    Um beijo

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