Como diria o imortal Tom Jobim: "A felicidade é como uma gota de orvalho numa pétala de flor, brilha tranquila, depois de leve, oscila e cai, como uma lágrima de amor (...) a felicidade é como uma pluma que o vento vai levando pelo ar, voa tão leve, mas tem a vida breve: precisa que haja vento sem parar. A minha felicidade está sonhando (...), é como esta noite, passando, passando, em busca da madrugada."
De facto, a conclusão é só uma: a felicidade é algo pelo qual temos de lutar e procurar e, para isso, temos que nos encontrar primeiro...
M. como já tinhamos falado emigrar seria sempre o plano B., mas não deixava de ser uma hipótese. E realmente a forma como vemos as coisas, a perspectiva com que encaramos a vida muda tudo. A felicidade é possível em qualquer lado, só depende de nós.
Concordo com o Jardim de Algodão doce, mas realmente aqui as coisas estao cada vez mais dificeis, como recem licenciada sinto mesmo que não há futuro para mim aqui. É uma hipotese que estou a poderar seriamente por muito que me doa a alma deixar o meu país...
De vez em quando fala-se cá em casa do assunto, estes dias a minha filha mais velha perguntava se íamos emigrar.
- Não, porque o teu pai já emigrou duas vezes e não me parece que tenha gostado muito da sensação.
Não tinha visto as coisas desde esse ponto de vista, emigrei a primeira vez aos 10 anos porque fui levado pelos meus pais, voltei a emigrar aos vinte quando estes voltaram, porque não me vi a abdicar do que tinha pensado para a minha vida para ficar sozinho no país que agora chamava meu... e é verdade, não gostei.
Os meus pais emigraram porque não viam futuro para os seus filhos, felizmente cá em casa ainda vivemos relativamente bem... mas começo a não ver futuro para os meus filhos.
Não sei se concordo com o artigo, do meu ponto de vista hoje em dia os jovens emigram porque é a única maneira de manterem o nível de vida que tem... não é por necessidade, não é por miséria, é porque é o mais fácil.
Cá em casa Ele emigrou. Emigrou há duas semanas e as saudades são mais que muitas. Emigrou a um mês e meio de sermos pais pela primeira vez e eu ando assim com o coração apertado. E este texto não me poderia fazer mais sentido.
Liliana, e eu não podia estar mais de acordo com o poeta e com a sua conclusão. Felizmente, essa felicidade já mora dentro de mim, não me falta, apesar das circunstâncias. Mas o que pesa aqui vai muito além dela e poderá, no limite, implicar ter de abdicar de uma boa parte do que me faz muito feliz que é acompanhar de perto o crescimento da minha filha. O tempo dirá... até lá, a felicidade das pequenas grandes coisas do dia a dia persiste.
Obrigada, mais uma vez pelas suas palavras. Um grande beijinho!
Jardim de algodão doce, não tenho a mais pequena dúvida disso, mas no meu caso, partir não é uma decisão de familia, com todos envolvidos nessa mudança. As mudanças não me assustam, mas ter um filho fez parte consciente do meu projeto de vida e, por muito que valorize o lado profissional, sempre que tive de optar preteri mais esse lado do que o familiar. Não me foquei numa carreira, por exemplo, em detrimento de uma maior presença junto da minha filha. Foi uma opção e faria tudo de novo. Mas precisamente porque ter um filho fez e faz parte do meu projeto de felicidade, será muito duro ter lidar com uma distância de milhares de kms. Acredita que se todo este mesmo cenário que tenho pela frente se colocasse num plano familiar alargado, como no teu caso, muito dificilmente eu não estaria já a caminho de outras paragens. Mas não é, e isso torna tudo muito diferente, como bem perceberás, porque és mãe... Imaginas-te?...
Violet, eu continuo a querer acreditar, e a lutar proativamente por isso, que as coisas ainda podem melhor num curto prazo, mas as reticências são enormes, é um facto. Ser jovem e ter laços que sendo fortes não nos ancorem de forma tão firme como um filho são sem dúvida um facilitador, mas não tornam por si só esta opção num mar de rosas. Desejo-lhe boa sorte! Um beijinho
Jorge, percebo bem o que diz e consigo contextualizar. Apesar de tudo, e de achar que muito por responsabilidade nossa os jovens de hoje estão menos disponiveis para atravessar dificuldades e lutar pelos seus objetivos - porque os habituamos desde cedo a ter tudo à mão, quase ao estalar dos dedos - não creio que neste caso sair do país se possa resumir a isso. Existe uma efetiva falta de emprego e oportunidades. Mesmo nas profissões que antigamente podiam ser no limite de recurso - ser empregada a dias, caixa de supermercado, babysitter, trabalhador da construção civil, etc, etc, etc, a oferta é, por razões obvias, nula... Neste momento, partir, não me parece ser um simples ceder ao facilitismo. Neste momento, partir, de facto é uma solução de recurso e pouco ou nada tem a ver com a busca de felicidade.
Imensidão, não te tenho visitado, mas acompanhei um pouco desse vosso percurso. É por histórias como a tua e tantas outras que conheço que sei e tenho plena consciência que este passo não está a ser dado de ânimo leve, apenas para ir atrás do El dorado! É dificil e implica muito sacrificio. Em todo o caso, tenho a certeza que, a breve prazo, depois de ultrapassado o pior momento para vocês, virão algumas boas compensações. Desejo-vos o melhor, e que o pior passe depressa! Um grande beijinho e muita força!
Como diria o imortal Tom Jobim: "A felicidade é como uma gota de orvalho numa pétala de flor, brilha tranquila, depois de leve, oscila e cai, como uma lágrima de amor (...) a felicidade é como uma pluma que o vento vai levando pelo ar, voa tão leve, mas tem a vida breve: precisa que haja vento sem parar. A minha felicidade está sonhando (...), é como esta noite, passando, passando, em busca da madrugada."
ResponderEliminarDe facto, a conclusão é só uma: a felicidade é algo pelo qual temos de lutar e procurar e, para isso, temos que nos encontrar primeiro...
"Nós somos o sítio que nos faz falta"!!
Estou a torcer pela M.
Beijinho grande.
Liliana
M. como já tinhamos falado emigrar seria sempre o plano B., mas não deixava de ser uma hipótese. E realmente a forma como vemos as coisas, a perspectiva com que encaramos a vida muda tudo. A felicidade é possível em qualquer lado, só depende de nós.
ResponderEliminarConcordo com o Jardim de Algodão doce, mas realmente aqui as coisas estao cada vez mais dificeis, como recem licenciada sinto mesmo que não há futuro para mim aqui.
ResponderEliminarÉ uma hipotese que estou a poderar seriamente por muito que me doa a alma deixar o meu país...
beijinho *
De vez em quando fala-se cá em casa do assunto, estes dias a minha filha mais velha perguntava se íamos emigrar.
ResponderEliminar- Não, porque o teu pai já emigrou duas vezes e não me parece que tenha gostado muito da sensação.
Não tinha visto as coisas desde esse ponto de vista, emigrei a primeira vez aos 10 anos porque fui levado pelos meus pais, voltei a emigrar aos vinte quando estes voltaram, porque não me vi a abdicar do que tinha pensado para a minha vida para ficar sozinho no país que agora chamava meu... e é verdade, não gostei.
Os meus pais emigraram porque não viam futuro para os seus filhos, felizmente cá em casa ainda vivemos relativamente bem... mas começo a não ver futuro para os meus filhos.
Não sei se concordo com o artigo, do meu ponto de vista hoje em dia os jovens emigram porque é a única maneira de manterem o nível de vida que tem... não é por necessidade, não é por miséria, é porque é o mais fácil.
Não sei se fiz grande sentido.
Jorge
Cá em casa Ele emigrou. Emigrou há duas semanas e as saudades são mais que muitas. Emigrou a um mês e meio de sermos pais pela primeira vez e eu ando assim com o coração apertado. E este texto não me poderia fazer mais sentido.
ResponderEliminarLiliana, e eu não podia estar mais de acordo com o poeta e com a sua conclusão. Felizmente, essa felicidade já mora dentro de mim, não me falta, apesar das circunstâncias. Mas o que pesa aqui vai muito além dela e poderá, no limite, implicar ter de abdicar de uma boa parte do que me faz muito feliz que é acompanhar de perto o crescimento da minha filha. O tempo dirá... até lá, a felicidade das pequenas grandes coisas do dia a dia persiste.
ResponderEliminarObrigada, mais uma vez pelas suas palavras.
Um grande beijinho!
Jardim de algodão doce, não tenho a mais pequena dúvida disso, mas no meu caso, partir não é uma decisão de familia, com todos envolvidos nessa mudança. As mudanças não me assustam, mas ter um filho fez parte consciente do meu projeto de vida e, por muito que valorize o lado profissional, sempre que tive de optar preteri mais esse lado do que o familiar. Não me foquei numa carreira, por exemplo, em detrimento de uma maior presença junto da minha filha. Foi uma opção e faria tudo de novo. Mas precisamente porque ter um filho fez e faz parte do meu projeto de felicidade, será muito duro ter lidar com uma distância de milhares de kms. Acredita que se todo este mesmo cenário que tenho pela frente se colocasse num plano familiar alargado, como no teu caso, muito dificilmente eu não estaria já a caminho de outras paragens. Mas não é, e isso torna tudo muito diferente, como bem perceberás, porque és mãe... Imaginas-te?...
ResponderEliminarViolet, eu continuo a querer acreditar, e a lutar proativamente por isso, que as coisas ainda podem melhor num curto prazo, mas as reticências são enormes, é um facto. Ser jovem e ter laços que sendo fortes não nos ancorem de forma tão firme como um filho são sem dúvida um facilitador, mas não tornam por si só esta opção num mar de rosas. Desejo-lhe boa sorte!
ResponderEliminarUm beijinho
Jorge, percebo bem o que diz e consigo contextualizar. Apesar de tudo, e de achar que muito por responsabilidade nossa os jovens de hoje estão menos disponiveis para atravessar dificuldades e lutar pelos seus objetivos - porque os habituamos desde cedo a ter tudo à mão, quase ao estalar dos dedos - não creio que neste caso sair do país se possa resumir a isso. Existe uma efetiva falta de emprego e oportunidades. Mesmo nas profissões que antigamente podiam ser no limite de recurso - ser empregada a dias, caixa de supermercado, babysitter, trabalhador da construção civil, etc, etc, etc, a oferta é, por razões obvias, nula... Neste momento, partir, não me parece ser um simples ceder ao facilitismo. Neste momento, partir, de facto é uma solução de recurso e pouco ou nada tem a ver com a busca de felicidade.
ResponderEliminarImensidão, não te tenho visitado, mas acompanhei um pouco desse vosso percurso. É por histórias como a tua e tantas outras que conheço que sei e tenho plena consciência que este passo não está a ser dado de ânimo leve, apenas para ir atrás do El dorado! É dificil e implica muito sacrificio. Em todo o caso, tenho a certeza que, a breve prazo, depois de ultrapassado o pior momento para vocês, virão algumas boas compensações. Desejo-vos o melhor, e que o pior passe depressa!
ResponderEliminarUm grande beijinho e muita força!