Ando há muito tempo para te escrever. E nesta urgência vou-te adiando, como se as palavras me pesassem mais que o fardo de alguns dias que me trazem num cansaço acrescido. Sim, ando cansada. Muito. Mas não é sobre isso que as palavras pedem para te escrever e por isso adio as linhas. É porque no cansaço a urgência escreve-se em palavras gordas, redondas e o que tenho para te dizer só cabe em letras pequeninas como aquelas dos contratos de seguros que nunca lemos mas fazem toda a diferença. O que anda por escrever tem muitos números e muitas alíneas. Por isso nunca consigo. E hoje o dia cheira a podre, um hálito das entranhas da terra traz do esgoto um vapor fétido que contamina. E eu queria escrever-te num dia de sol, que é quando as palavras se iluminam e o ar é perfume das flores. Tudo isto soa um pouco teatral, eu sei. Mas o exagero está para as coisas grandes da vida como as nódoas para a lixívia. Nada tem grandeza que dure sempre.
Ando há muito tempo para te escrever e afinal ainda não é hoje. Estou tão cansada. Já te disse? Fica para outro dia. Assim como assim é uma carta que nunca vais chegar a receber. Não reconheço o teu destino.
Acordar, recordar o sonho que tive durante a noite, vir ao teu blogue e ler estas palavras... arrepiei-me!
ResponderEliminarBeijo
Gostei muito, muito.
ResponderEliminarObrigada!
ResponderEliminar@Este Blogue, afinal tinha destino. E chegou :)
Um dia destes recebes uma minha :D
ResponderEliminarPode ser?
Arrepiaste-me..Um dia vais escrever essa carta e dizer tudo o que tens calado durante demasiado tempo.
ResponderEliminarUm dia...
Abraço apertadinho, e um beijo grande:)
@AC... :)
ResponderEliminar@Paula, fiz isso anos a fio com as minhas amigas! :)