Do meu papá. Sim, sou mimada e menina do papá. Pois sou!
30.1.10
E com prévia autorização da autora
Conversa da noite
- Ó mãe, quando tiveres um namorado dizes-me, não dizes?
Pausa e sorriso - meus.
- Então porquê? Tem de ser sujeito a aprovação prévia?
- Claro! Se for feio digo logo: «Não gosto nada de ti! Não combinas com o meu sofá!»
Risos - ambas
É sexta-feira!
29.1.10
Gosto
...dos dias em que o carro se enche de crianças. Sobretudo quando o material resiste e os meus ouvidos também.
E gosto ainda mais da elasticidade de ser mulher. Só lamento que nos esqueçamos, vezes demais, que os elásticos, no limite, também partem.
28.1.10
Por dentro, sempre tão perto de mim
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Percorrendo hoje de manhã as ruas daquela que sempre conheci como a tua cidade, era inevitável sentir-te em cada canto. Todos aqueles lugares foram tantas vezes percorridos pelas duas, juntas, desde o tempo em que te acompanhava nas rotinas diárias, me davas a mão e me levavas à praça, ralhavas com a peixeira por causa da pescada da véspera que afinal não era fresca, davas dois dedos de conversa na padaria e mandavas pesar a hortaliça na mercearia. Depois, mais tarde, nos dias em que íamos às compras, lanchávamos e tu comias o teu duchesse para logo em seguida -sempre- dizeres que tinhas ficado enjoada.
Não é raro encontrar-te no olhar -muito raro é encontrar-te na profundidade do belo verde dos teus olhos - de uma ou outra velhota que passa, num sorriso ou num passo apressado, como era sempre o teu. Sim, hoje estarias mais velhota, mais enrugada, mais franzina, mas estarias aqui se não te tivesses zangado com a vida e decidido partir por desistir dela e de ti.
Hoje percorri-te, como em tantos outros dias, em saudade. Não porque não saiba que estás bem, mas simplesmente porque não consegui abraçar-te.
Saudades tuas, avó.
27.1.10
Porque hoje o mundo parece gigante e me sinto terrivelmente pequenina
... contra medos e tempestades, apetecia ter-te aqui, só para me esconder e embalar.Tu sabes que sim.
Manhã
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Do lado de fora, o dia cheira a pequenos almoços vagarosos, quentes. As torradas e o café com leite misturam-se com os sussurros das primeiras palavras que se trocam e escapam, abafadas, pelas frestas das portas. Escuto o tilintar dos talheres na loiça enquanto o elevador desliza ao meu encontro.
Do lado de dentro ficou o rasto macio do banho, o aroma do creme, do perfume, o sol entrando pela cortina que se deixa entreaberta, a cama em desalinho, os recantos da casa, a temperatura de uma noite bem dormida.
Do lado de fora está o frio que a lã protege. Do lado de dentro ficou tranquilo, aguardando, um bocadinho de mim.
26.1.10
Era uma vez...
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Assim começava eu uma das minhas histórias preferidas, quando a contava à minha mãe.
Esta chega pela mão de Tim Burton... A não perder por nada deste ou do seu mundo!
Estranho mundo
Esta noticia provoca-me reacções e sentimentos ambíguos. Até podia dissertar sobre isto, mas ultimamente há algum tipo de energia que já não me apetece gastar...
Ok, vamos por partes
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Quanto ao resto, que me perdoem os deslumbrados fãs, não percebo. Na minha modesta opinião, o dito é um estranho misto de filme de ficção cientifica, acção e Walt Disney, tão carregado de clichés que me assustou.
O que esperar de um futuro onde as naves pouco ou nada acrescentam àquelas que pela década de setenta nos levavam até ao Capitão Spock (e à Maia que não era a abelha), onde os maus continuam a ter moicanas, onde para sermos unidos gritamos e nos defendemos como os índios e em que certamente continuarão a existir xamãs e sinais divinos?
Se é verdade que desaprendemos de reconhecer trilhos, comunicar com a natureza e interpretar a sua linguagem e os seus sinais, será necessário um filme assim para toda a gente se dar conta do óbvio? É que, tanto quanto me parece, isso continua a estar todos os dias ao nosso alcance, dispensando a alienação de um futuro repovoado de animais jurássicos às cores.
Se o sucesso do filme resulta da mensagem, honestamente, não percebo! Só suponho que a razão seja a mesma que assiste a outros Crepúsculos da vida.
Pergunto eu, com toda a sinceridade: onde está a novidade?
E acrescento: eu até sou romântica, lírica e crente. Mas não tanto!
25.1.10
Porque amo a vida
Um dia, uma experiente psiquiatra encontrou uma pessoa que lhe pareceu excepcionalmente saudável e equilibrada. Ansiosa, e estafada de neuroses e psicoses, perguntou-lhe: «Como era a sua mãe?» Em vez das respostas mais comuns - «A minha mãe era uma pessoa muito...», ou «A minha mãe amava-me muito, mas...», «A minha mãe fez tudo por mim...» - a psiquiatra ouviu: «A minha mãe amava a vida»
- Não há famílias perfeitas -
Marta Gautier
No meio de tantas dúvidas que me costumam assolar, ao ler isto sorri, abracei-me por dentro e pensei: Talvez estejas a fazer um bom caminho...
24.1.10
Acredita
Era tão mais doce e fácil deixar entrar o Sol do teu gigante colo e o calor dos teus protectores abraços.
Não sei se é cedo, ou tarde. Ou simplesmente se nunca chegará a hora.
Só sei que não há palavras que cheguem para dizer o que sinto, por saber que mesmo em todos os silêncios estás e estiveste sempre desse lado.
Só por isso, que nunca foi pouco, mereces o melhor.
E isso, tenho sérias dúvidas que possa algum dia ser eu a dar-te.
Não sei se é cedo, ou tarde. Ou simplesmente se nunca chegará a hora.
Só sei que não há palavras que cheguem para dizer o que sinto, por saber que mesmo em todos os silêncios estás e estiveste sempre desse lado.
Só por isso, que nunca foi pouco, mereces o melhor.
E isso, tenho sérias dúvidas que possa algum dia ser eu a dar-te.
Mulheres e Homens que passeiam por este blogue, façam-me um enorme favor:
E interrompe-se por breves instantes o estado de hibernação para gritar...
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E aplaudir de pé um filme que consegue elevar o desespero humano a um magistral musical.
Não sendo um estilo cinematográfico que aprecie incondicionalmente, Nine deixou-me rendida à extraordinária banda sonora e às suas passagens, absolutamente geniais.
Para além do óbvio, tem ainda o mérito de nos relembrar que a Infância é uma criança que nos persegue. Muitas vezes, até ao último suspiro.
Muito, muito bom!
22.1.10
Apelo à Comunidade de Pais Deseperados
A M. anda há dias a dizer que gosta de carros amarelos o que, graças a ela, com perplexidade tenho constatado não ser assim tão raro de encontrar...
Por favor, digam-me que é só da idade!!!
21.1.10
Humildade... does it ring a bell?
Rebelde, eu? Para os padrões comuns acredito que sim. Sobretudo se houver alguma tipologia de rebeldes pacíficos.
Se ser rebelde for não ter vocação para vaquinha do presépio e acenar a cabecinha a tudo, dizer amém às missas da vida, ter discursos politicamente correctos, fazer exactamente aquilo em que se acredita, não tapar, custe ou a quem custar, o sol com a peneira, defender com unhas e dentes situações de injustiça, se estas coisas forem rebeldia, então sou seguramente uma grande rebelde.
Mas o que eu gostava mesmo era que quem vende virtudes ao desbarato, e tem sempre pronta a língua e apontado o indicador em riste, se sentasse no banquinho da sua vida e pensasse lá no fundo, falando com os seus botões e as respectivas casas, se não tivesse a vidinha que tem ou teve, se seria assim tão recomendável.
É que se mesmo para quem teve - como eu tive - um bom colo que embalasse, comida, saúde e conforto a horas certas, ainda assim há dias em que o melhor de nós se esconde e a vontade de ser simpático com a vida e o mundo se desvanece, quem seriamos nós, poços de virtudes, se não tivéssemos sequer provado um pingo do que é ser amado e protegido?
Pois a mim parece-me que, ter a certeza que seriamos exactamente quem somos em qualquer circunstância , é não ter a humildade de reconhecer que a maior parte do tempo andamos nesta vida a fugir das situações que mais nos poderiam expor.
Pois, eu sei, nestes dias em que fico assim, também há quem se entretenha a colar um rótulo há muito conhecido por Mau Feitio.
Rebelde, eu?...
Venha ele!
A nova monarquia
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Uma coisa é amor incondicional, outra, parece-me, é fazê-los acreditar que pôr e dispor de quem os rodeia é uma prerrogativa para a vida. Todos sabemos que não é.
E aqueles que julgam que é talvez não sejam o melhor exemplo do que desejamos para os nossos filhos, certo?
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