28.2.15

⌠ Fevereiro ⌡

Depois de Janeiro, o mês rejeitado, aquele que quase todos desejam ver passar depressa e de olhos fechados, chegas tu, Fevereiro, mês aparentemente mais promissor. Depositam-se em ti os desejos e compromissos de,  no desfiar dos teus dias, fazer o que habitualmente se culpa o teu antecessor por não ter conseguido fazer. Por seres mais curto, por seres o mês a um passo da Primavera, por seres uma espécie de alívio ao seres o mês segundo, aquele que finalmente parece instalar as rotinas no calendário corrente, tudo parece mais leve. Mas ao atropelo da fórmula que todos idealizam, a vida corre como corre, e os teus vinte e oito ou vinte e nove dias são exatamente o mesmo que os trinta ou trinta e um dos teus onze irmãos. Não são eles ou o tempo que faz, nem o sol que brilha, nem os pássaros que cantam mais forte enquanto as flores e folhas renascem, que mudam o que somos e o que fazemos. De repente, de mês-promessa passas a mês-espanto. Passas. «Passaste tão depressa!», diz toda a gente, como se o mundo, a sua rota e a sua vertigem como já há tanto o conhecemos fossem uma novidade. Vinte e oito dias são muitos dias, Fevereiro. Não és tu que te apressas, são as pessoas que te facilitam e que te negligenciam. São as pessoas que se distraem de espremer o sumo dos dias, o néctar de vida que cada um renova, sem olhar para o calendário. 
Segue, Fevereiro, vai em paz, não olhes para trás. Tu fizeste a tua parte. Até para o ano!


8.2.15

Hoje há...


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