« Lisboa está quase regressada e as artérias da cidade engrossam de sangue renovado. Uma transfusão de gente e de humores. Lentamente, a compasso tímido e ainda enamorado das férias recém acabadas, recompõe-se a arrumação desordenada do quotidiano. A eterna rotina, que nos vicia e quase nos encanta.
Apesar da nostalgia do fim do período estival, há sempre a magia do reencontro. Rostos de cobre. Restos de sol e de sal. Nos cabelos e nos sorrisos que ainda nos permitimos trocar quando o cansaço das horas repetidas sem nexo ainda não tomou definitivamente conta de nós.
Só Julho e Agosto nos permitem progredir no trânsito sem ter de vigiar inconscientes cada minuto, que o nosso relógio contabiliza em défice cobrando em excesso ao nosso ritmo cardíaco.
O quase Setembro reporá o conta-gotas do tempo. A ampulheta dos dias mal consumidos, espartilhados pelos horários inconscientes que criámos para nós.
Em breve, as horas anoitecerão mais cedo e as ruas estarão inebriadas de castanha assada»
in Quando os Pardais Perdem o Medo
O cheiro a castanha assada! É das coisas que sinto mais saudade! O meu setembro é sinónimo de paragem e poder observar calma essa Lisboa que aos poucos volta ao passo normal. ;)
ResponderEliminarA.
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É verdade, Ashley. E agora que o Verão parece mesmo ter-se despedido até ao ano que vem, tudo no Outono é bem vindo! :)
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