José Tolentino Mendonça, escritor, poeta, sacerdote e professor, não é um homem fácil de se ler.
A sua escrita é exigente, o seu pensamento é desafiante, o seu estilo é interpelador. Cansa-nos saudavelmente a mente, acompanhar as suas cogitações e a sua linguagem tão improvável quanto por vezes erudita, para os nossos padrões.
Tolentino Mendonça tem a capacidade de nos dar respostas que nos conduzem a novas perguntas. Todas elas, demolidoramente interiores e indecifráveis, de tão pessoais que são.
Tolentino Mendonça não proporciona uma leitura repousante e não nos descansa. Talvez por isso mesmo, num mundo onde há ainda - e talvez cada vez mais! - tanto por compreender, valha a pena ler.
Nota pessoal: apesar da sua formação e profissão, não se trata de um livro de cunho estritamente católico, ainda que mantenha ao longo de todas as narrativas um inquestionável sentido religioso, não tanto da religião, mas da vida. Aos mais céticos e menos pacientes, aconselha-se uma leitura menos demorada dos primeiros capítulos. Rever-se-ão, mais à frente.
A todos os que se distanciem de um entendimento minimamente poético da vida, desaconselha-se, vivamente.
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