18.4.13

Um não post ou o "rei vai nu". Como preferirem.

Podia.
Podia dizer que não compreendo aquilo em que se tornou a blogosfera que conheço há tanto tempo. Podia dizer que há fenómenos que me ultrapassam, comportamentos atípicos, reações que não identifico e emoções que não decifro. Podia. Podia porque dizê-lo me conferiria uma certa candura, uma certa inocência, uma certa pureza de espírito. Aquela que no grau certo faz com que o vale tudo valha a pena e tenha durante certo tempo um certo grau de recompensa. Podia sobretudo porque seria mais bonito e politicamente correto. E também podia mergulhar nela de olhos fechados, como num néctar que inebria, podia porque seria certamente mais trendy. E incontornavelmente mais seguro. Podia fazer isso e podia até nem chegar a escrever um post, ainda que tão sucinto e inconclusivo sobre a matéria. Podia. Podia sobretudo se tivesse preocupação com  números, com seguidores ou com índices de popularidade. Mas não tenho. Como aliás nunca tive. Porque foi nesse espírito que aqui cheguei e foi nesse que me mantive. E é nesse que me vou manter.

De facto podia dizer que não compreendo nada do que se está a passar ou podia dissertar longamente sobre o assunto. Mas não me apetece. Na verdade o que me apetece mesmo é distanciar-me daquilo em que se tornou esta blogosfera com que já muito pouco me identifico. Primeiro que tudo, em nome daquilo de que não abdico na minha vida e depois porque defendo que para sermos respeitados temos antes de mais de respeitar. E se bem o defendo, melhor o pratico. 
Em todo o caso, e no espírito de diário de bordo deste espaço, aqui fica para memória futura o registo de um ditado popular que me ocorre cada vez mais por estes dias, como pano de fundo de um futuro que, acho, não será muito longínquo: zangam-se as comadres e descobrem-se as verdades. 

Podemos tudo no reino do vale tudo. Até ser honestos e mantermo-nos tranquilos.