14.2.13

Faltaste-me

Naquela noite, naquela hora, faltaste-me. Faltaste-me como faltavas, afinal, desde sempre. Faltavas-me em cada dia que começava, como um ar que se respira e vive. No pulsar de cada segundo. No dia que termina, na hora de dormir, no beijo de boa noite. Nos corpos que se entrelaçam até à manhã que tudo renova. Faltavas-me como o que parte sem nunca ter verdadeiramente chegado. Palavras. Olhares. Silêncios. Um momento de ternura. Um colo. Naquela hora faltaste-me e só percebi muito tempo depois. Faltavas-me. Faltavas-me desde sempre como me faltas afinal agora. Mas o tempo tem estas coisas e a falta que me fazias acaba por já não fazer grande falta e um dia, sei, não fará falta nenhuma.